Nova mascote do site

Saudações!

Eu decidi que o site, o projeto The Mad Heaven em si, precisava de uma mascote, uma nova cara, uma personagem que as pessoas olhem e digam “que bonitinha” ou “que legal” e associem com o site.

Por que? Eu não sei!

É basicamente outro daqueles momentos em que eu tenho uma ideia aleatória e fico super empolgado para fazer isso simplesmente porque sim.

Já que hoje é aniversário de 3 anos do site, vamos considerar isso uma comemoração.

Aqui estão ilustrações da zumbizinha: Instagram

Enfim, vamos ao conto…

***

Eu preciso de um assistente. Mas não qualquer assistente, eu sou um lich oras! Quem iria deliberadamente ajudar um mago morto-vivo em seus planos de experimentos necromanticos?
Tem gente que iria querer me queimar só de me ver!
Hmm…
Eu também preciso de uma cobaia. Especialmente uma resistente a eletricidade e outras coisas perigosas demais para mortais e difíceis demais para esqueletos e zumbis comuns.
Já sei!
Eu farei as duas coisas em uma só!

Peguei minha pá e meu anel mágico e vesti meu sobretudo e meu chapéu, então segui para o salão principal onde pronunciei palavras tão antigas quanto o tempo para abrir o portal no espaço-tempo. O modo mais seguro de viajar entre diferentes mundos. Da minha sala para uma rua escura e pouco movimentada de uma cidade onde todo tipo de magia proibida é praticada, Bhalzarfia, a segunda maior herança de Szalbar.

Aqui no mercado de Bhalzarfia é fácil encontrar ingredientes frescos para necromancia, mas só preciso de uma ou duas coisas daqui. Me dirijo a minha loja favorita e entro, o cheiro de cadáveres entre em minha cavidade craniana onde costumava ter um nariz, olho ao redor vendo as prateleiras cheias de gavetas e caixas com partes de corpos bem preservados e alguns caixões dispostos para aqueles que buscam corpos inteiros de qualidade. Logo após olhar os produtos vejo uma aracne de cabelos castanhos e quatro olhos vermelhos atrás do balcão, ela sorri porque sabe que sou um bom comprador.

“Ah sr. Weiss! O que vai ser hoje? 15 caixões?”
“Não, não, hoje eu só vim buscar o básico. Me deixe ver os braços.”

Ela caminha com suas oito patas até a parede e sobe como se não houvesse distinção sobre o que é chão e o que não é, então puxa uma gaveta de metal e se pendura com a teia para descer e me entregar a caixa. A maioria dos braços estão organizadas em pares amarradas juntas sem danificar o produto, mas outras estão avulsas. Geralmente membros avulsos pertenceram a aventureiros e soldados que os perderam em batalhas.

“Algum par de um alquimista ou artifice?”

Ela pega um caderno e metade dos seus olhos olham para as mãos enquanto a outra metade lê a lista no caderno até que encontra o par de mãos que eu precisava. São mãos femininas aparentemente, delicadas e de um belo tom azulado.

“Tamanho médio, fêmea, humano. Essas aqui eram de uma artifice que tentou criar uma máquina de viagem rápida. Isso é o que sobrou dela.”

Experimentação com portais e fendas no espaço-tempo sempre causam esse tipo de problema. Tive que aprisionar um gênio conhecedor de segredos ocultos e primordiais no meu anel para poder andar livremente pelo multiverso levando meus servos comigo e tendo fácil acesso ao meu equipamento.

“Temos sorte de ter um Masakh observando ela a meses senão ia ficar lá apodrecendo.”
“O vampiro contou algo interessante?”
“Só depois de molhar a boca é claro.”

Ela mostra o braço enfaixado, noto que utilizou erva mata-fungo e chapéu de cogumelos necrofagico. A mordida de alguns Masakh podem causar necrose na vítima, o tratamento mais comum por aqui é utilizar o cogumelo necrofagico para consumir a gangrena enquanto a erva impede o fungo se proliferar além do necessário. Após isso é necessário usar pó de mizanita ou dakmizanita para regenerar a parte perdida pela necrose. É um processo mais lento que cortar o tecido necrosado, mas as chances de recuperação são maiores.

“Disse que a máquina ainda está lá, mas incompleta.”
“Interessante…”

Isso pode ser útil mais tarde.
Volto minha atenção ao par de mãos de artifice novamente.
Então minha assistente cobaia provavelmente será uma fêmea…
Montar um servo zumbi é como jogar um formato selado de um jogo de cartas, assim como as 3 primeiras cartas que você escolher nos boosters definem seu deck, as três primeiras partes ou cadáveres que você coletar definem seu golem de carne.

“Pode cortar para mim?”
“Claro. Que tamanho?”
“Até o cotovelo por favor.”

A aracne limpa a mesa com uma mistura de água e ervas então pega suas luvas de couro (que na realidade já foram as mãos de um orc um dia vivo) e uma serra.

“Pode cortar o osso?”
“Pode, eu dou um jeito depois.”

Ela posiciona os braços na mesa e começa a serrar até que tenha um ótimo par de mãos que eu precisava para me ajudar. Pago a lojista e saio com os braços de cadáver em uma sacola de pano esterilizada por minha magia. Chegando em um lugar isolado utilizo o anel em meu dedo para abrir o portal novamente, dessa vez para um outro mundo mais tecnológicamente avançado que este.

Na realidade, bem mais tecnológico. Eu segui para minha outra casa em Madal, onde meus cyrons, zumbis com partes metálicas reanimados dos seres deste mundo, me receberam. É uma bela manhã neste mundo de metal e carne, olhando pela janela vejo a região pantanosa com árvores metálicas onde dríades parte madeira, parte metal descansam e animais predadores nadam em busca de uma presa que venha a entrar na água.

O que vim buscar felizmente é criado e estocado aqui mesmo nesta casa, um soro utilizado na criação de servos mortos-vivos por necroalquimistas. Este soro substitui o sangue e dá ao desmorto um movimento mais fluido do que o sangue morto natural do corpo, mas normalmente é necessário a implantação de uma bomba externa para bombear o fluido.

Desci até o porão onde meus diabretes metálicos estão trabalhando em uma grande máquina hidráulica cheia de tubos e parted que se mexem honestamente nem eu sei o que fazem, foi a leonesa de Sahalia que construiu essa máquina que produz o soro necrovitalico e reutiliza os subprodutos na produção de outras coisas como gelatina balística que vendo para a força militar de um outro mundo. Eu comprimentei os diabretes metálicos enquanto calculo a quantidade de soro que preciso. O sangue compõe 7% a 8% do peso do corpo humano, então um humano de 75 quilos tem cerca de 6 litros de sangue, mas se vou fazer uma fêmea provavelmente terá entre 60 e 70 quilos. Retiro 5 litros de soro necrovitalico da máquina, embora acho que só precise de 4,5 se calculei corretamente.

Um diabrete irá carregar isso para mim, o pequeno demônio metálico é mais forte do que parece. As pessoas sempre se perguntam como um diabrete de 900 gramas carrega um objeto de 5,2 quilos enquanto voa, a resposta é que eles seguram pela casca. Mas depende se é um diabrete abissal ou infernal.

Me despeço de meus outros servos e desse mundo antes de entrar no portal novamente seguindo para o próximo passo de minha busca. Apareço no no meio de uma trincheira de mundo em guerra, Kalinar. Eu mesmo o nomeei.

Este mundo era originalmente uma lua estéril e vazia, mas contratei um serviço de reformadores planetários para construir um bioma adequado para vida e então com auxílio de geneticistas nazalorianos criamos humanos e alguns outros seres como trigo, cães e bovinos que em alguns milhares de anos foram domesticados e permitiram o surgimento da civilização. Então após alguns milhares de anos manipulei os líderes de cada nação para causar uma guerra, o que não foi difícil porque humanos são naturalmente propensos a brigar entre si por recursos, terras e ideais. Graças a isso tenho um estoque quase infinito de corpos fortes e bem preparados para transformar em minhas tropas.

Encanto a mim mesmo parar me manter invisível e começo a vagar pela trincheira, esbarro em um soldado e ele surta com o susto de virar pra trás e não ver nada. Não se preocupe, logo vai acabar e você estará em um lugar pior.
Eu fiz um acordo com Mu e En, as entidades Morte e Vida, então as almas que encarnam aqui são todos condenados, do tipo que vão para os círculos mais baixos dos planos infernais, mas se algum dia algum deles trouxer a paz neste mundo todos serão perdoados. É uma segunda chance para todos eles, mas em mais 10 mil anos ninguém fez nada quanto a isso.

Para mim kalinariano é merda e se tiver respirando não dou nem bom dia.

Segui caminhando pela trincheira vendo o que já está morto ou morrendo, mas nada que me agrade. Caminho para fora protegido destas armas de fogo primitivas com minha magia até que chego nas tendas médicas. Vejo que não aprendem, o médico de combate está usando os vivos doentes e feridos para experimentos e jogando os mortos fora. Que desperdício e crueldade, ultrajante!

Eu prometi não interferir exceto por coletar meu material então não posso fazer nada. Não vou irritar as entidades de novo.
Enfim…
Oh, essa parece boa.
Humano, tamanho médio, fêmea.
Pego o documento e o papel fica invisível assim que eu o toco.
Merda.
Eu não posso ler algo que está invisível.
Coloco de volta na mesa e leio, aqui diz que tinha entre de 18 e 21 anos e a causa da morte foi uma explosão de granada.
Os braços e uma perna estão bem danificados, mas de resto está ótimo. A A pele ainda está clara, mas a alma já se foi. Olho ao redor, não há espíritos por perto além daqueles que eu mesmo coloquei como vigias e predadores de qualquer um que tente fazer uma projeção ou se recuse a continuar o ciclo.
Manter a verdade sobre este mundo oculta de seus habitantes é essencial para meus planos.

Eu pego o corpo desta moça e levo comigo para um local escondido onde posso abrir o portal e retornar ao meu lar.

De volta Voltemor, meu lar, eu dou início a construção do golem de carne. Já me perguntaram porque eu não uso robôs. A palavra robô vem do termo robota, que significa “trabalho forçado”. Eu não gosto de escravos, sejam eles seres vivos ou não, então eu contrato e pago meus subordinados ou crio servos mortos-vivos, que sempre agem de acordo com meus objetivos desde que isso se alinhe com o deles, que normalmente é comer. É fácil usar zumbis como uma força militar porque são muitos e não pensam, mas vampiros e outras coisas são um pouco mais exigentes.

A criação de um servo morto-vivo é simples como fazer um bolo. Esta em especial vou usar uma técnica que eu mesmo desenvolvi baseado em estudos de outros necromantes e necroalquimistas.
Primeiro passo, extrair todo o sangue e outros fluidos internos que possam atrapalhar ou apodrecer por dentro do golem e substituir pelo soro necrovitalico devidamente diluído na mesma densidade do sangue ou mucosas que está substituindo. Meu servo vampiro me ajudou extraindo o sangue com seus poderes de drenagem.

O próximo passo é separar as partes descartáveis e costurar as partes novas. Primeiro eu serro os braços e pernas danificadas pela explosão, então abri o tórax como em uma autópsia para verificar os danos nos órgãos internos e se precisam de muita modificação. Até agora tudo tranquilo.
As vezes paro para pensar em como em algum ponto após a morte você está em situação semelhante ao nascimento: pelado e a mercê de um completo estranho em uma sala de cirurgia.
Fiz algumas modificações no coração para bombear o soro e então substitui o fígado por um filtro mecânico. Ela vai não precisar se preocupar com o que come e bebe mesmo.

Enfim, até agora tudo tranquilo. Vamos ver se apresenta algum defeito quando eu a reanimar.

Passo alguns longos minutos costurando os membros novos, por sorte tinha pernas do tamanho correto sobrando da última heroína que tentou me matar. As aracnes me auxiliam e conversam enquanto costuram, mas eu estou concentrado em assuntos mais importantes como aquele combo que descobri no jogo de cartas e como aplicar isso no mundo real.
Terminado!

Agora o mais importante, o cérebro. Se quero ter uma assistente, é melhor ter um bom cérebro. Esse cérebro que por tanto tempo alocou a alma de um kalinariano deve ter apodrecido e se resta qualquer resquício de personalidade do que era antes, eu prefiro jogar fora e jogar para meus zumbis. É, vou fazer isso.
Eu raspei metade da cabeça da minha futura assistente deixando ela com um penteado interessante e então usei uma cerra cirúrgica para abrir uma abertura retangular no crânio de mais ou menos 10 cm x 20 cm para cortar da testa até o occipício¹ pelo topo e pela lateral do crânio e retirar o cérebro original. Uma vez utilizei a técnica egípcia, mas é muito trabalhoso tirar pelo nariz.
Após algum tempo ela é literalmente uma cabeça oca, uma taça vazia pronta para receber conteúdo novo.

Meus zumbis trazem alguns cérebros e cabeças para mim conforme eu os eu comando com minha vontade, mas são desajeitados quando o objetivo não é matar e comer. As figuras moribundas e cambaleantes não são ideiais para este serviço e esta é mais uma razão para criar este golem de carne. Finquei meus dedos ossudos em cada cérebro para ver suas memórias e traços de personalidade até achar um que me agrada e então utilizei a minha magia de manipulação biológica para colocar o cérebro dentro do crânio com cuidado e então ligar os nervos da coluna ao cérebro. É muito mais complicado que colocar um braço no lugar, isto envolve uma mistura de necromancia e biomancia que faria ambos meus colegas necromantes e biomantes me olharem com desgosto ou admiração.

Após a implantação do novo cérebro eu utilizo magia mental para implantar memórias básicas, linguagens e tudo que preciso para uma assistente. Não interfiro na personalidade nem coloco uma alma aqui, deixarei que ela se desenvolva sozinha enquanto não for um problema.

Está pronta. Não haverá nada brega como relâmpagos e máquinas cheias de bubinas gigantes, eu já passei essa fase de imitar Nikola Tesla. Invés disso eu opto por mistura do clássico e do novo, chamo meu servo esqueleto que está equipado com um colete cheio de bubinas e uma bateria dentro do tórax vazio, ele me entrega o cajado que está ligado a máquina por um fio e disparado minha magia necrotica carregada pela máquina no corpo como um relâmpago roxo. O esqueleto recebe todo o efeito colateral, então eu fico completamente seguro e ele… Bem, ele não sente dor nem nada.

Uma abertura de olhos repentina, um balanço do corpo e uma tentativa instintiva de respirar mesmo sem a necessidade.

“Bem-vinda! A vida!”

Ela me olha confusa e assustada, uma reação comum.

“Você me entende?”

Ela relutantemente confirma com a cabeça.

“Ótimo. Eu criei você para me auxiliar, utilizando as melhores partes e melhores técnicas que tinha, seu nome é… É…”
“Meu nome…?”
“Ah droga! Eu esqueci de pensar em um nome! Por que é sempre tão difícil dar nomes?”
“É… Tudo bem, eu acho… Só… Me dá umas roupas e explica melhor essa coisa toda ok?”

¹É o nome científico da parte de trás do crânio, onde você dava tapas nos seus amiguinhos tempos atrás. Eu literalmente estava pesquisando as medidas de um crânio humano e achei uns artigos de craniologia as 1:53 da manhã.

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